Luanda - Os seis agentes de segurança da empresa privada Somboca, que se encontravam detidos no Comando da Polícia Nacional da Camama, em Luanda, foram postos em liberdade nesta terça-feira, 25, sob termo de identidade e residência, devendo apresentar-se periodicamente à justiça.
Fonte: Club-K.net
A decisão foi tomada pelo juiz de garantia do Tribunal da Comarca de Belas, Dilu Armando Caetano Kinzimbi, que mandou que se colocassem em liberdade os arguidos provenientes do Comando do Talatona, tal como atestam os mandados de soltura a que o Club-K teve acesso.
Os seguranças tinham sido detidos pela Polícia do Comando Municipal da Camama, supostamente a mando do superintendente-chefe, Alexandre Mingas, no âmbito da disputa de terrenos entre camponesas e alegados oficiais superiores da Polícia e das FAA, suspeitos de terem furtado de ferros da empresa chinesa HS.
A informação sobre a libertação dos seguranças foi confirmada pelo Presidente do Conselho de Administração da empresa, Konda Marta, Daniel Afonso Neto, que falava à imprensa ao fim da tarde de terça-feira, à margem de um acto solidário de distribuição de mosquiteiros às mais famílias, que Administração da Camama colocou no terreno de camponeses.
"A justiça é mesmo justiça, a intenção que o comandante municipal da Camama tinha de reter os seguranças, para ver se colocasse em causa o espaço, felizmente, como a separação de poderes existe, os cidadãos foram soltos pelo juiz de garantia", disse.
Segundo Daniel Neto, “todas as manobras, que os oficiais superiores da polícia, que têm interesse nos terrenos, estão a ser contornadas pela justiça”.
O PCA da Konda Marta encorajou o Presidente da República, João Lourenço, a continuar com a luta de combate à corrupção, nepotismo e tráfico de influência nas instituições do Estado, para que se garanta a confiança aos cidadãos.
Famílias carenciadas recebem doação de mosquiteiros
O conhecido “Bairro TC Neto” acolhe mais de 150 famílias, supostamente abandonadas pela Administração da Camama, há mais de seis meses, quando foram retiradas do projecto habitacional Jardim de Rosa e foram deixadas no terreno da Konda Marta, sem as mínimas condições humanas.
A empresa construiu cabanas de chapas de zinco, enquanto se aguarda pela construção das moradias, e para se prevenir da malária e outras doenças, a Sociedade Konda Marta fez a distribuição de mais de 150 mosqueteiros aos moradores, tendo como prioridade os idosos, mulheres grávidas e às crianças.
Daniel Neto lembrou que se trata de uma população que foi “desalojada pela Administração da Camama das suas próprias residências e atirada aqui sem nenhum acompanhamento das autoridades locais, mas enquanto empresa parceira do Estado demos à mão para apoiar essas famílias carenciadas”, disse.
O gesto foi enaltecido pela comunidade do “Bairro TC Neto”, na pessoa do seu coordenador João Diogo, que disse que as famílias precisam de quase tudo, tendo apelado às demais instituições públicas e privadas a seguir o mesmo gesto solidário, com vista a ajudar os moradores, que precisam de alimentação, assistência médica e medicamentosa, escola para as crianças e habitação.